Poesia e Tojo
Enviado: Qui Jun 13, 2013 9:27 pm
Nobres Companheiros.
Muitos devem estar pensando o que poesia tem a ver com Tojo.
E o que é Tojo? Que bicho é este?
Cá estou a pensar também que poesia não tem nada a ver com Tojo.
Mas em especial, esta poesia de um dos grande nomes da literatura Casimiro de Abreu, tem tudo a ver com Tojo ou com qualquer coisa da nossa infância.
Começo aqui a definir Tojo. Os mais jovens talvez não saberão o que é isto, ou mesmo nunca ouviu falar, mas os mais velhos com certeza já ouviram falar em Tojo, Roadstar e outras marcas.
Tojo é uma marca de um equalizador de som muito famosa nos tempos atrás e que foi um sonho de consumo de muita garotada.
E aí é que está a saudade do passado relacionado com a poesia de Casimiro de abreu.
Resgatei um antigo Tojo meu com o qual está adaptado num Toca-fitas da Marca Ford. Este toca-fitas ganha de muitos toca-cds em comparação na qualidade de som e captação de sinal de FM.
Vejam o poema e fotos do meu Tojo que pretendo colocá-lo em minha Marcenaria definitivamente depois da reforma.
Abraços a todos.
CASIMIRO DE ABREU
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
Muitos devem estar pensando o que poesia tem a ver com Tojo.
E o que é Tojo? Que bicho é este?
Cá estou a pensar também que poesia não tem nada a ver com Tojo.
Mas em especial, esta poesia de um dos grande nomes da literatura Casimiro de Abreu, tem tudo a ver com Tojo ou com qualquer coisa da nossa infância.
Começo aqui a definir Tojo. Os mais jovens talvez não saberão o que é isto, ou mesmo nunca ouviu falar, mas os mais velhos com certeza já ouviram falar em Tojo, Roadstar e outras marcas.
Tojo é uma marca de um equalizador de som muito famosa nos tempos atrás e que foi um sonho de consumo de muita garotada.
E aí é que está a saudade do passado relacionado com a poesia de Casimiro de abreu.
Resgatei um antigo Tojo meu com o qual está adaptado num Toca-fitas da Marca Ford. Este toca-fitas ganha de muitos toca-cds em comparação na qualidade de som e captação de sinal de FM.
Vejam o poema e fotos do meu Tojo que pretendo colocá-lo em minha Marcenaria definitivamente depois da reforma.
Abraços a todos.
CASIMIRO DE ABREU
MEUS OITO ANOS
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!